ANÁLISE DA SEGURANÇA HÍDRICA DO RIO SÃO FRANCISCO CONSIDERANDO A EVOLUÇÃO DAS DEMANDAS DE ÁGUA A CURTO E MÉDIO PRAZO

Autores

  • Rodrigo Saldanha Xavier da Silva Universidade Federal da Bahia
  • Cássia Juliana Fernandes Torres Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
  • Andrea Sousa Fontes Universidade Federal da Bahia
  • Yvonilde Dantas Pinto Medeiros Universidade Federal da Bahia

Palavras-chave:

Segurança Hídrica; Rio São Francisco; Demanda pelo uso da água; estudos de cenários.

Resumo

A segurança hídrica é um conceito, que ao ser operacionalizado, não favorece a redução dos riscos de maneira homogênea entres os setores usuários da água. Desta forma, a segurança hídrica de alguns setores será proporcionada pela insegurança de outros. No Brasil, a bacia hidrográfica do rio São Francisco vivenciou um longo período de estiagem entre os anos de 2012 e 2018, o qual se configurou como a pior situação hidrológica dos registros de vazões do rio. Diante os efeitos da seca vivenciada, houve a necessidade de adaptar a operação do São Francisco a um novo referencial hidrológico e meteorológico, que culminou na publicação de novas regras operativas do sistema hídrico de reserva de água através da Resolução ANA n° 2.081/2017. Associado aos fatores hidrológicos, a evolução das demandas a curto e médio prazo previstas no PBHSF 2016-2025 e as obras do PNSH podem pressionar ainda mais o sistema hídrico do São Francisco. Diante do exposto, esta pesquisa tem como objetivo analisar a segurança hídrica no rio São Francisco considerando os usos múltiplos da água internos e externos a sua bacia hidrográfica. A metodologia adotada para este estudo foi desenvolvida em três etapas: caracterização e projeção das demandas a curto e médio prazo; análise dos cenários de evolução da demanda hídrica do rio São Francisco; avaliação do impacto da evolução das demandas de água a curto e médio prazo no sistema hídrico do São Francisco. No que se refere ao crescimento da demanda, houve o aumento de 7% nos cenários de menor taxa de crescimento da demanda sem o PNSH, de até 109% no cenário de maior demanda com o PNSH para o horizonte de 2025, e de 13% até 166% para os mesmos cenários, respectivamente, no horizonte de 2030. Estas evoluções das demandas aumentam o risco de não atendimento, principalmente nos anos mais secos, onde essa falha do sistema pode chegar a 50% do tempo. No que se refere a segurança hídrica do rio São Francisco, o atendimento dos usos consuntivos e da geração de energia hidrelétrica é favorecido pela insegurança do ecossistema aquático.

Biografia do Autor

Cássia Juliana Fernandes Torres, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Drª em Energia e Meio Ambiente.

Andrea Sousa Fontes, Universidade Federal da Bahia

Professora da Universidade Federal da Bahia, Dr.ª em Geofísica

Yvonilde Dantas Pinto Medeiros, Universidade Federal da Bahia

Professora da Universidade Federal da Bahia, Dr.ª em Hidrologia

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Publicado

2024-01-30